Em um cenário preocupante de constantes violações de direitos humanos, activistas, pesquisadores e académicos moçambicanos uniram-se à Comissão Africana de Direitos Humanos para denunciar os abusos recorrentes em Moçambique. No entanto, em um acto que contraria os princípios básicos de justiça e liberdade, a Comissária responsável, Manuela, recusou-se a receber os representantes moçambicanos das Organizações da Sociedade Civil, que viajaram para Gâmbia com o intuito de dar voz às vítimas de tais violações.
O Presidente da Rede Moçambicana de Jovens Defensores de Direitos Humanos, Wilker Dias, quase foi detido pela polícia local, apenas sendo poupado graças à intervenção de outros activistas moçambicanos, que conseguiram persuadir as autoridades a reverem a sua decisão. Além disso, parte da delegação moçambicana foi expulsa da sala de reuniões, mesmo antes de terem a oportunidade de serem ouvidos pela Comissária.
Este episódio lamentável revela como a luta pelos direitos humanos em Moçambique continua a ser silenciada. Quando aqueles que deveriam proteger e promover a justiça se recusam a ouvir as vozes dos que sofrem, a democracia morre um pouco mais. Esta acção não apenas desrespeita os direitos humanos, mas também mina os esforços pela construção de uma sociedade justa e equitativa.
É urgente que a comunidade internacional e todos nós nos levantemos contra esses abusos, exigindo responsabilização e uma verdadeira defesa dos princípios democráticos e dos direitos fundamentais de todos os cidadãos.