Num ambiente nocivo e que coloca em risco a integridade física dos moçambicanos devido a diversos ataques sofridos durante as manifestações, onde muitas vezes faz-se impossível a locomoção com recurso aos meios de transporte, tendo os cidadãos de fazer-se aos seus destinos a pé, em meio a nuvens de fumaça causadas pelo gás lacrimogéneo, as escolas privadas cuja direcção está a cargo da Igreja Católica continuam a seguir com o plano académico governamental, de tal forma que os alunos são obrigados a enfrentar o caos das ruas para participar das aulas e realizar as avaliações trimestrais.
Questionada por alguns encarregados de educação sobre o risco a que as crianças e adolescentes estariam expostos e ao facto de não haver professores nas escolas nos últimos dias, a direcção de uma das instituições de ensino respondeu que continuaria a cumprir com a agenda governamental de educação e que os alunos deviam fazer-se à escola na segunda-feira. Diante de mais confrontações, mandou os encarregados fazerem “o que quiserem” e bloqueou o seu acesso ao debate no grupo.
A situação mostra a negligência de uma instituição dirigida por indivíduos que dizem ser a favor da paz, mas que, numa situação como a actual, impendem os encarregados de apresentar seus pontos de vista e colocam inocentes em risco para satisfazer os seus interesses.
