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Video infantil enerva procuradoria em Manica

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Um vídeo infantil posto a circular em Chimoio, por um grupo de crianças retratando a actuação da Polícia de Transito (PT) nas estradas, irritou a Procuradoria Provincial de Manica que moveu um processo crime contra um dos avos dos menores.

Com efeito, a jornalista e locutora da Radio Moçambique, Raquel Paulo Jorge, encontra-se desde Junho último a responder por um processo crime alegadamente, por seu neto Dalton Danone ter vulgarizado a PT e banalizado o Estado moçambicano com esse vídeo.

Danone e seus amigos gravaram um vídeo na Soalpo, em Chimoio, encenando a actuação de fiscais da Polícia de Transito (PT). 

Para alem de ofender o Estado moçambicano, a procuradoria diz que o vídeo exibe uma criança a conduzir e a mostrar uma carta de condução, factos que, na óptica da procuradoria, indiciam crime contra menores que a avo Raquel não deveria permitir 

Acrescenta que Raquel Paulo Jorge “pisou a linha vermelha e cometeu crime” ao permitir que o menor a sua guarda, gravasse um daquela natureza, que são proibidos na República de Moçambique.

No entender da procuradoria em Manica, cenas teatrais ou outras criações artístico-culturais não podem envolver crianças, pior quando criticam o funcionamento das instituições publicas e exibem documentos oficiais, como por exemplo, a carta de condução. 

Num exercício teatral, a procuradoria em Manica acusa ainda a jornalista de violar os direitos da criança ao usar os menores para gravar um vídeo condenatório a corrupção e arrogância da PT nas vias públicas.

No interrogatório a que a jornalista e locutora foi submetida, o procurador da secção de menores conhecido por Machaze, revelou que estava a agir a mando de Maputo e que, sendo ordens superiores, não tinha como perdoar a avo do Danone. 

Machaze declarou ainda que o produtor do vídeo, ao permitir que o menor conduzisse a viatura e exibisse a carta de condução real, teria cometido crime. 

Em declarações a imprensa em Chimoio, Raquel Paulo Jorge disse estar a enfrentar um processo sem justa causa, uma vez que o vídeo que seu neto produziu e publicou não tem nada de crime, sendo apenas educativo.

Para ela, em vez de ser punido, o vídeo deveria ser elogiado devido a sua importância social, pois retrata o que acontece na realidade e tem sido motivo de criticas, denuncia e preocupação na sociedade. 

Defendeu que a procuradoria em Manica, com o processo que moveu contra ela e o produtor do vídeo, estava a coatar a liberdade criativa do menor e a destruir o futuro artístico do seu neto.

O jurista e jornalista Nelson Benjamim declarou ser inaceitável que a procuradoria em Manica tivesse aceite “ordens superiores” para mover um processo contra a jornalista, uma vez que vídeo infantil em causa eh claramente educativo e revela a elevada criatividade do menor e seu produtor.

Outros jornalistas em Chimoio, afirmam não encontrar evidencias de crime no vídeo em causa, admitindo que o processo movido contra Raquel pode ter outras motivações, sem excluir ajuste de contas ou vingança. 

Acrescentaram ser ridículo e inaceitável que uma instituição de nível da procuradoria, se rebaixasse a ponto de mover um processo para travar a liberdade criativa e artística de uma criança, num país cujas leis defendem tais liberdades. 

Entretanto, o Sindicato Nacional de Jornalistas (SNJ), em Manica, criou ontem uma comissão de trabalho para averiguar as acusações que pesam sobre o seu colega e avaliar a eficácia, pertinência e legalidade da actuação da secção de menores da procuradoria em Manica. 

Hoje, segunda-feira, a referida comissão devera produzir um comunicado para repudiar a actuação arrogante e equivocada da procuradoria, ao processar a jornalista Raquel Paulo, por um vídeo claramente educativo.

Ainda hoje a referida comissão vai reunir- se com a acusada para aperceber-se do estagio do processo que ameaça fazer correr muita tinta.

B4F discute Dinâmicas sociais em África: Rupturas e Continuidades

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No âmbito da III conferência Internacional do Centro de Estudos Africanos da Universidade Eduardo Mondlane, realizada no dia 19 e 20 de Novembro de 2014, intitulada “Dinâmicas sociais em África: Rupturas e Continuidades”, Tirso Sitoe na qualidade de pesquisador, discutiu um documento de pesquisa, que versa sobre “HIP-HOP como plataforma de cidadania em Moçambique”.

Neste documento, busca estender a discussão sobre a possibilidade de ampliar-se o olhar sobre os atores sociais da situação de desenvolvimento, que a partir do discurso musical RAP, procuram documentar os processos políticos e económicos, dos representantes e agentes do Estado em Moçambique.

Um dos pontos fulcrais debatidos, foi de que a cultura Hip-hop, ao expressar os dramas sociais de luta, dos grupos sociais altamente sufocados pelas políticas e paradigmas de desenvolvimento, mais do que apresentar as incertezas entre continuidades e mudanças, orienta para uma realidade complexa e contextual, sobre a ineficiência das políticas de desenvolvimento.

B4F participa do Workshop sobre o Papel da Sociedade Civil na Implementação dos ODS

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Durante quadro dias (3-6) de Julho de 2017, reuniram-se em Maputo, diversas Organizações da Sociedade Civil, num workshop promovido pelo Sistema das Nações Unidas e visava, refletir sobre o “Papel da Sociedade Civil na Implementação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável em Moçambique”.

A BLOCO 4 FOUNDATION, fez-se representar pelo Director Executivo, o senhor Tirso Sitoe que foi, dentre vários representes das organizações da Sociedade Civil, o primeiro sorteado para receber o seu Certificado, pelo contributo de nossa organização, no fortalecimento do papel da sociedade moçambicana na promoção dos ODS (Objetivos do Desenvolvimento Sustentável), e uma visão de desenvolvimento para todos.

Nós, como BLOCO 4, sentimo-nos honrados de termos sido, uma das organizações convidadas a este evento, pela Coordenadora Residente da ONU e Representante Residente do PNUD em Moçambique, senhora Márcia de Castro.

Tirso Sitoe selecionado para o programa YALI

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O Director Executivo de nossa organizacao, o senhor Tirso Sitoe  foi um dos jovens lideres selecionados pelo seu cometimento com o desenvolvimento de Africa, para a integrar  um programa de treinamento em “Lideranca Civica” do programa YALI, no Centro Regional de Liderança da África Austral-Pretoria, oferecido pelo YALI- Regional Leadership Center, Mozambique.

Este programa foi concebido pelo então presidente dos Estados Unidos de América, Barack Obama que visa fornecer treinamento a jovens líderes africanos, engajados e comprometidos com o desenvolvimento de suas comunidades de origem. Nós, como BLOCO 4, sentimo-nos honrados pela escolha de um dos integrantes de nossa organização e pelo comprometimento que a USAID-Mozambique e seus parceiros tiveram, para com o nosso líder e também, pelos líderes de outras organizações.

António Bai Sitoe Júnior publica artigo na Revista Veredas da História

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António Bai Sitoe Júnior, pesquisador da Bloco 4 Foundation pública no Brasil pela Revista Veredas da História, o artigo intitulado, A TELEVISÃO E O SOBERANO DESCONHECIDO EM MOÇAMBIQUE: Os Efeitos de Vigiar e Punir os Analistas, no dossiê “Áfricas: instigando o pensar complexo”. 

Nesta pesquisa, António Bai Analisa de que modo a liberdade de expressão, se torna um ponto de entrada para compreender a violência e actos de intimidação contra analistas políticos e sociais nas televisões em Moçambique. O argumento central da pesquisa sugere que existe um soberano desconhecido no país, que surgiu através das dinâmicas de transformação e transição político-social que vigia e pune os analistas e consequentemente a toda sociedade. Neste contexto, as acções do soberano desconhecido contribuem para a mudança de direção ou resistir às novas formas de mudança e desenvolvimento que surgem com os debates analíticos nas televisões.

A partir dos casos de agressão do Professor Universitário José Jaime Macuane, sequestrado e baleado nos membros inferiores no primeiro semestre do ano de 2016, e o caso do jornalista Ericino de Salema, sequestrado e agredido no ano de 2018. O artigo busca produzir uma análise crítica sobre o cenário conturbado do exercício da crítica a realidade moçambicana realizada em canais de televisão e os perigos que esta perspectiva pode ocasionar. Produz um levantamento sobre os principais espaços midiáticos televisivos de Moçambique e esforça-se em promover uma análise pioneira sobre a relação entre meios de comunicação privados, o exercício jornalístico na televisão e as possíveis formas de repressão à imprensa, inclusive com o potencial risco à vida.

Leia mais em: A TELEVISÃO E O SOBERANO DESCONHECIDO EM MOÇAMBIQUE

Anselmo Matusse recebe bolsa da SSRC

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Anselmo Matusse recebeu uma bolsa da Rede Africana de Construção da Paz do Conselho de Pesquisa em Ciências Sociais (SSRC) para financiar sua pesquisa com o título “Engajando-se com obras de arte Malangatana: artes, política e mídia digital”. O projeto usará mídia digital, artes e antropologia para estudar e explorar os murais de Malangatana em Moçambique. A bolsa incluiu um workshop que foi realizado em Casablanca, Marrocos, de 26 a 29 de setembro de 2022 com outros bolsistas.

Bloco 4 Foundation recebe presidente da CHCI

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A presidente do consórcio de Centros de Humanidades e Instituto (CHCI-sigla inglesa), em Maputo deste ontem, visitou na tarde desta segunda-feira, 20, os escritórios da Bloco 4 Foundation (B4F).

A CHCI financiou muitas actividades desenvolvidas no ano passado, especificamente o projecto “Cultura Popular, Activismo e Mudança social em Moçambique,”

Pesquisador da Open University de visita à Bloco 4 Foundation

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Nesta semana, recebemos Craig Walker pesquisador na Open University (UK) e durante dois dias estivemos a estreitar relações baseadas em três projetos de pesquisa ( Protestos sociais a partir de expressões artístico-cultural, Paz e democracia local, gênero e sexualidade) de médio e longo prazo, que envolvem pesquisadores sul africanos, Turkia e Uganda.

Estamos institucionalmente entusiasmados, por poder sediar as varias iniciativas em Moçambique.

Foto: Tirso Sitoe (Director da B4F), Craig Walker (Open University) e Nelson Mugabe ( Investigador da B4F).

Reinventar o discurso e o palco. O rap, entre saberes locais e saberes globais.

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“Este é um dos primeiros livros publicados em português sobre a cultura hip-hop, e em particular o rap, no espaço de língua portuguesa, mais especificamente no Brasil, em Moçambique e em Portugal. (…) O rap e o hip-hop em geral, são a demonstração mais eloquente nos nossos dias, de que tais supostas ausências são campos fertilíssimos de criatividade de que a sociedade no seu conjunto, muito beneficiaria se os seus preconceitos a tal, não obstassem.

Os artistas do hip-hop são hoje, a vanguarda da denúncia dessa sociologia das ausências e, ao fazê-lo, dão testemunho da criatividade, da resistência e da inovação das práticas protagonizadas pelos excluídos, marginalizados e discriminados. A sua arma é a arte, um conceito elitista que okupam para desafiar o cânone e mostrar a sua extrema seletividade e os preconceitos raciais, sexuais e religiosos em que assenta.

Esta okupação tem uma potencialidade enorme para denunciar a existência da linha abissal que divide e separa a sociabilidade colonial da sociabilidade metropolitana (onde se constroem os valores supostamente universais da arte). Esta denúncia transforma-se num poderoso instrumento de resistência quando habitado por uma aspiração de verdade, de liberdade e de felicidade. Uma aspiração que pedagogicamente e politicamente procura aliados no outro lado da linha para potenciar a luta por uma sociedade mais justa.”

(Boaventura de Sousa Santos in SITOE & GUERRA (2019). Reinventar o discurso e o palco. O rap, entre saberes locais e saberes globais.

Leia o livro aqui:

https://www.kismifconference.com/…/livro-reinventar-o…/

GT44: Juventude, utopia e as artes da cidadania

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Coordenação: Ricardo Campos (CICSNova, Nova FCSH); Alix Sarrouy (CICSNova, Nova FCSH); Alexandre Barbosa Pereira (Universidade Federal de São Paulo); Glória Diógenes (Universidade Federal do Ceará-UFC ); Tirso Sitoe (Bloco 4 Foundation)

Com este GT procuramos reflectir sobre o papel desempenhado pela juventude enquanto motor de reflexão crítica e transformação social, num período de crise e incerteza. Perante um ce-nário histórico que se apresenta cada vez mais incerto e frágil, marcado por um acentuar da crise climática e da destruição dos ecossistemas, pela ascensão do populismo e do nacionalismo, pelo acentuar das desigualdades sociais e pela fragilização do Estado social, procuramos entender de que forma a juventude pensa o futuro e age numa perspectiva glocal, no sentido da construção da mudança. Idealizar, experimentar ou lutar por utopias é, por isso, um elemento central dessa busca por novos horizontes. A criatividade, as artes e a cultura têm desempenha-do, historicamente, um papel central neste âmbito. Criatividade na formulação de novos projectos e ideais de vida, mas também na forma como os mesmos são defendidos, implementados e narrados, com recurso à música, ao cinema, à performance, à literatura, etc.

A produção cultural e artística é um elemento chave para a construção das identidades juvenis, como tem sido detalhado pela literatura especializada. Esta desempenha um papel articulador relevante na construção de laços identitários e comunitários, convidando a construir novas visões do mundo e da realidade que, tantas vezes, colidem com o mundo adulto da normatividade hegemónica.

Os jovens estão, por isso, na vanguarda de correntes contraculturais, na linha da frente da inova-ção e da fabricação de utopias que ocorrem à margem dos canais institucionais. No nosso entender, a artes da cidadania são territórios de expressão estética e política (arte urbana, rap, fanzines, activismo digital, culture jamming, funk, poetry slam, etc.), compostos por agentes, gramáticas expressivas e canais de comunicação, através dos quais os jovens engendram colectivamente um sentido para o mundo. Neste GT aceitamos propostas de diferentes áreas disciplinares que tenham por base pesquisas empíricas ou reflexões teóricas que tratem os temas mencionados.

Leia mais aqui:

http://ailpcsh.org/conlab2020/